UMA OUTRA ÓTICA SOBRE O CONSUMISMO.
Você já parou para pensar na quantidade de lixo gerado em função do consumismo?
Se isto não ajudou à convence-lo, está na hora de encarar o consumismo sobre uma outra ótica.
Uma pesquisa realizada pela Northwestern University, nos Estados Unidos, no ano de 2012 apontou que as pessoas que dão alto valor para riqueza, status e bens materiais são mais depressivas, ansiosas e menos sociáveis do que as pessoas que não se importam tanto com essas questões, o que nos leva a concluir que o consumismo não é um problema que afeta somente a qualidade de vida das pessoas e o meio ambiente devido a maior geração de lixo, mas também prejudica o aspecto emocional e psicológico das pessoas, as quais sob forte pressão de marketing, acreditam que só serão felizes se conseguirem comprar um determinado produto.
Para crianças e adolescentes, o risco dessa falsa verdade é ainda maior, pois caso não consigam obter tais produtos ou serviços, eles podem ficar deprimidos, buscando substitutos para a insatisfação, distanciando-se do contato afetivo familiar e deixando-se absorver pelas promessas de felicidade instantânea veiculadas nas mídias.
Outro aspecto que pode trazer consequências negativas para a criança é a permissividade dos pais quando se trata de consumir. A criança é incitada a consumir e suplica pelos produtos, colocando os pais ou responsáveis contra parede, estes por sua vez, para livrarem-se de choramingos, ou temendo ser considerados insensíveis, acabam cedendo.
Ao contrário do que a sociedade consumista tenta impor aos pais, permitir tudo à criança distorce sua noção de realidade, orientação e proteção, desta forma ela não aprende a suportar frustrações, controlar impulsos e evitar rejeições do meio social.
Você já observou que as propagandas voltadas para as crianças, na maioria das vezes apresentam padrões únicos de beleza, que geralmente as bonecas e as crianças em destaque não representam a diversidade étnico-racial brasileira, se concentrando no modelo ocidental europeu? Isto também gera na criança um sentimento de insatisfação com suas próprias características físicas, fazendo-a buscar incessantemente por este padrão ditado nos anúncios.
Segundo pesquisa IBOPE/2012, as crianças brasileiras estão entre as que mais assistem à televisão no mundo (em média mais de 5h /dia), o que, além do consumo de energia, do aumento do sedentarismo, essa exposição excessiva contribui para o consumismo, já que a TV é um dos principais veículos de campanhas comerciais infantis, os quais em sua maioria divulgam brinquedos como que nada contribuem para estimular a criatividade da criança, tais como trens elétricos, bonecas que falam, robôs que andam, brinquedos que brincam sozinhos!
E sem falar no estimulo ao consumo excessivo de alimentos mega processados, com
altos teores de sódio, açúcar, gorduras e bebidas de baixo valor nutricional,
uma das principais causas da epidemia de obesidade infantil.
Hoje, 35% da
população infantil do mundo têm problemas de obesidade, sem dúvidas que a
publicidade, que trabalha o tempo todo as mais mirabolantes ideias para manter
a criança cativa aos apelos consumistas, é uma das maiores responsáveis. O
apelo publicitário é tanto que 50% das publicidades dirigidas às crianças são
de alimentos, dos quais, mais de 80% são produtos ricos em açúcares, sal ou
gorduras.
Portanto caros pais e responsáveis, fiquem atentos a alimentação de suas
crianças:
_ Evite produtos ultra
processados com altos teores de sódio, açúcar e gorduras.
_ Cozinhe alimentos
saudáveis com seus filhos.
_ Reflita com seu filhos
sobre os comerciais de alimentos não-saudáveis
_ Dê o exemplo, é
importante que seu filho veja seus hábitos alimentares saudáveis para poder
repeti-los.
Por:
Viviane M.Becker. Bióloga
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